terça-feira, 9 de abril de 2013

Duas famílias de Acaraú passam por dificuldades após desapropriação de casas pelo DNOCS

Canal de irrigação do Baixo Acaraú
Foto: Vale do Acaraú Notícias

O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) desapropriou 42 casas que abrigavam em torno de 25 famílias na localidade de Nova Iguaçu, zona rural de Acaraú, por conta do projeto de ampliação do Distrito de Irrigação do Baixo Acaraú. Apenas duas casas com uma família cada ainda continuam no local, uma vez que os moradores alegam que as indenizações foram baixas, e não teriam para onde ir. Além disso, o órgão teria prometido construir casas para relocar as famílias em assentamento, o que não foi feito ainda.
O morador Francisco Iranildo dos Santos teria recebido de indenização apenas R$ 4.700,00 . “Com esse valor não é possível comprar casa em canto nenhum, não dá pra comprar nada”, desabafou. Segundo ele, a promessa do DNOCS é de que as famílias morariam em casas que seriam construídas pelo órgão em um assentamento no Lagoa do Canema. Só que conforme o morador, não passou de promessa. “Tá com um ano que não pisam nem mais aqui. Na Macajuba, é possível encontrar só os funcionários das empreiteiras Enza e ZTA que estão construindo o canal (de irrigação). Mas não vem aqui ninguém do DNOCS”, disse.
Francisco Iranildo deseja que o DNOCS entre num acordo com as famílias que ainda permanecem no local e que não têm para onde ir e estão enfrentando muitas dificuldades. “Está difícil a escola para as crianças, nem água aqui não tem”, declarou. E o morador faz um apelo: “Que eles (DNOCS) façam essas casas pra gente ter pra onde ir, já que prometeram pra gente. Nós só saímos daqui quando o DNOCS nos levar para as casas que eles fizerem”, disse.
Os moradores que ainda estão no local estão passando muita dificuldade para conseguir água e alimentos, sendo que as famílias têm crianças. “Nossa situação é muito difícil. Nós estamos vivendo tendo muita dificuldade em conseguir água e comida. Para pegar água, eu preciso andar 5 Km. Não tem mais nada aqui”, declarou a moradora Maria Lucilene Vasconcelos.
A moradora teria recebido somente R$ 3 mil de indenização do órgão. “Isso não pode. Minha casa é grande, eu tinha um comércio e vivia muito bem aqui, só que como todo mundo foi embora não tive mais como manter o comércio. Estamos agora aqui vivendo ao Deus dará, passando fome, sede”, declarou.
Conforme Maria Lucilene, o órgão estaria com proposta de indenizar as famílias com R$ 6 mil. “Só que com esse valor ainda não dá pra comprar um terreno e uma casa. Prometeram a casa no assentamento há uns cinco anos e prometeram e nada”, explicou.
As famílias entraram na justiça para requerer o aumento da indenização, mas por enquanto o processo corre. Uma reunião foi marcada pelo advogado Marcos Rigony com os advogados do órgão na empresa Enza, situada na Macajuba, só que conforme Lucilene, os advogados não teriam aparecido à reunião. A secretária teria dito que o problema só poderia ser resolvido em Fortaleza.
Para as pessoas que desejarem ajudar as famílias que estão passando por dificuldade na localidade de Nova Iguaçu, podem ligar para o telefone (88)9939.5379.

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