sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Baixo Acaraú. Professores do Estado entram em greve e aulas são paralisadas


 Nesta sexta-feira (5/8), os professores da rede estadual de ensino deflagraram greve em todo Estado do Ceará e não foi diferente na região do Baixo Acaraú. No Município de Acaraú, hoje aconteceram passeatas pelas principais ruas da cidade e nesta semana um calendário especial será realizado de visitação a outros Municípios da região para reunir novos professores ao movimento grevista. Na próxima segunda-feira, comissão de professores grevistas de Acaraú visitarão Itarema e, na próxima sexta-feira, às 18h, haverá uma grande concentração na Praça do Centenário, no Centro de Acaraú para sensibilizar a população. O movimento é encabeçado pelo Sindicato dos Professores e Servidores no Estado do Ceará (Sindicato-APEOC).
 Em Acaraú, 90% dos professores do Liceu e 58% do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) Padre Antônio Tomás em Acaraú já aderiram à greve e hoje uma assembleia foi realizada na Escola Profissionalizante Marta Maria Giffone de Sousa, para adesão dos professores da unidade.
 
Manifestantes com os alunos no início da passeata
Foto enviada ao VAN pela Profa. Vânia Rocha

Entre os pontos que desencadearam a greve estão o descumprimento, pelo Governo, da Lei Nº 12.066, de 13 de janeiro de 1993, que regula o Plano de Cargo, Carreira e Salários, além do desrespeito a Lei Nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que estabelece o Piso Nacional dos Professores. Além disso, o Governo ficou de enviar à Assembleia Legislativa , na última quinta-feira (28/7) proposta de implantação de um piso salarial que, segundo nota oficial do Sindicato-APEOC “retira direitos dos professores garantidos desde 1993, acarretando, desta forma, o fim das negociações com a categoria.”
 A professora Rosali Vasconcelos, do CEJA Padre Antônio Tomaz, em Acaraú, cobra  do Governo do Estado uma política educacional justa e digna, para que a educação não venha a “capengar”. A docente desabafa que não se pode “exigir uma educação de qualidade com o tratamento que o Governo do Estado tem dispensado aos profissionais da educação”.
A professora Raquel Araújo, do Liceu de Acaraú, explica que os professores tentaram estabelecer o diálogo, sem obter sucesso e, por conseguinte, a única alternativa foi a deflagração da greve. “A luta que nós professores estamos encabeçando é em prol de uma educação de qualidade, não só baseada em números. Uma educação qualitativa, que começa pela valorização dos professores”.
A professora Raquel informa que o movimento tem tido o apoio dos estudantes, que têm entendido a reivindicação dos professores. Os alunos têm inclusive participado das manifestações e se recusado a assistir aulas de professores temporários. “Os alunos estão do nosso lado. Nosso objetivo não é prejudicá-los, mas reivindicar nossos direitos e eles têm entendido isso”.

Professores passaram pelas principais ruas de Acaraú com cartazes e faixas
Foto enviada pela Profa. Vânia Rocha

Em nota oficial, o Sindicato APEOC declara que sempre buscou nas negociações com o Governo do Estado “manter, recuperar e ampliar direitos dos profissionais da educação, mas o Governo informou que enviaria uma mensagem à Assembleia Legislativa, demonstrando fim das negociações”. Desta forma, o Sindicato-APEOC consultou a categoria por meio de Assembleia Geral Extraordinária, a qual deliberou por greve geral.
Em nota, a assessora de Comunicação do Governo do Estado, Jaqueline Cavalcante informou que o Governo apresentou uma proposta para o Sindicato-APEOC e, em seguida, recebeu o aviso de “encerramento das negociações”.
Este fato, conforme informa a nota, se mostrou ainda mais surpreendente por haver um calendário de reuniões firmado por ocasião da audiência no Palácio da Abolição, no último dia 27. Como previsto, houve uma reunião no dia 29 de julho, enquanto a seguinte, marcada para o dia 3 de agosto, foi cancelada em resposta à posição do Sindicato. A nota declara que há o interesse do Governo em retomar as negociações.
         A nota conclui informando que, com a nova proposta salarial feita pelo Governo, o salário dos docentes do Estado passa da posição de 5º pior salário do país para o 15º melhor no ranking de todos os estados brasileiros.

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