quinta-feira, 30 de junho de 2011

Projeto Tamar: preservação e conscientização em Itarema

Tanques de visitação - Foto: Divulgação

Conservação e pesquisa aplicada, educação ambiental e desenvolvimento local sustentável. Esses são os objetivos do Projeto de conservação das Tartarugas Marinhas (Tamar). Presentes em nove Estados brasileiros, o Tamar apresenta uma base desde 1992 na Praia de Almofala, em Itarema, zona Norte do Estado do Ceará. A base de Almofala desenvolve técnicas de conservação e desenvolvimento comunitário, adequadas às realidade local, promovendo a conservação dos ecossistema marinho e costeiro e o desenvolvimento sustentável da comunidade de Almofala. 
Para o local, podem ser conduzidas tartarugas que apresentem algum tipo de problema, que estejam feridas, com problemas respiratórios, que apresentem alguma doença. A geógrafa do Tamar de Itarema, Lilian Mourão, explica que “para cá são trazidas as tartarugas mais debilitadas que, após tratamento, são soltas ao mar”. Essas tartarugas ganham uma pulseira com uma numeração, para que seja feito o controle de problemas.
No local, o visitante pode conferir um museu, que dispõe de carapaças de tartaruga, ovos, lixo apreendido na barriga de tartarugas, conhece os tipos de tartarugas, com muitos banners explicativos, com acompanhamento de monitores que explicam tudo sobre as tartarugas, desde o hábitat, a reprodução, a necessidade de preservação, entre outros aspectos.
Segundo Lilian Mourão, geógrafa contratada pelo Projeto, o maior problema detectado pelo Tamar com relação as tartarugas que chegam debilitadas ao espaço, é o lixo que é dispendido sem consciência no mar que passa a ser ingerido pelos animais. No local, uma caixa cheia de lixo fica à mostra, a fim de levar a uma conscientização que não se deve jogar lixo no mar. Lilian Mourão defende que “lugar de lixo é no lixo”.
Museu Aruanã (tipo de tartaruga) - visita orientada.
Foto: Divulgação
Além disso, na pesca oceânica, as capturas feitas com espinhel e rede acaba fisgando tartarugas marinhas, que pode levar inclusive a mortandade das tartarugas. A geógrafa Lilian Mourão explica que as tartarugas podem ficar presas no fundo do mar, sem poder respirar na superfície, morrendo asfixiadas. Lilian solta “Nem tudo que cai na rede é peixe!”
Atualmente, o Tamar de Itarema apresenta cerca de 25 alunos de vários cursos que ao se interessarem pelo tema, prestam trabalho voluntário à instituição, no processo de reabilitação das tartarugas, na monitoria a visitantes, na conservação do espaço, na lojinha que vende artesanato local, enfim, em todas as atividades do centro.
No litoral cearense, o projeto de conservação de Tartarugas Marinhas (Tamar) trabalha com o programa Brigada Ecológica da Tartaruga Marinha, voltado para a educação ambiental e a formação cidadã de crianças e adolescentes entre 8 e 13 anos. Cerca de 20 crianças participam, a cada ano. O Projeto mantém ainda o Grupo de Agentes Locais de Almofala, município de Itarema/CE, onde fica sua base de pesquisa. Este grupo é formado por moradores da comunidade que são treinados para o acompanhamento dos animais em cativeiro e demais atividades do Centro de Educação Ambiental.
O Tamar de Itarema também apresenta um trabalho de recuperação e valorização da renda de bilro, antiga e importante tradição cultural da região. O Projeto ajudou a criar a confecção em 1993 e apoia as atividades de grupos de rendeiras, costureiras e bordadeiras em rendas de bilro, ponto de cruz e crochê. São mulheres filhas de pescadores que têm nessa atividade uma alternativa de geração de renda. São produzidas peças de cama, almofadas, sachê, chaveiros, entre outros itens, comercializados na lojinha que fica no interior das dependências do Projeto em Itarema.
O telefone da base do Tamar em Almofala é (88)3667.2020. A base funciona de segunda a sábado, de 8h as 11h30min e de 13h30min as 17h. Aos domingos, de 8h as 17h. A visitação é gratuita.

Serviço

Projeto Tamar – Ceará
End.: Acesso Projeto Tamar, 151, Almofala – Itarema – CE
Fone: (88)3667.2020
Visitação:
De segunda a sábado – das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h
Domingo – das 8h às 17h

Obs.: Atendimento previamente agendado a escolas, grupos e universidades. O roteiro inclui visitas ao Museu da Aruanã e tanques de observação, com exibição de video. No percurso, o monitor vai falando e explicando sobre o ciclo de vida das tartarugas marinhas e o trabalho do Tamar.   

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